Método que utiliza células do paciente promete cura para a calvície
Todas as culturas, das mais simples às mais complexas, atribuem um valor especial aos cabelos. Por isso, dominam cuidadosamente as habilidades de cortá-los e tingi-los, com suas populações dedicando inúmeras horas em salões de beleza e bilhões de dólares em alternativas que possam não apenas deixá-los mais bonitos, mas também que consigam recuperá-los ante os primeiros sinais da alopecia – ou calvície. As empresas Shiseido e RepliCel Life Sciences Inc. anunciaram um avanço animador neste sentido: a cura da calvície será uma realidade a partir de 2018.
Não se trata de implante, transplante de fios ou tratamento químico. Desde julho de 2013, a Shiseido, gigante japonesa dos cosméticos, desenvolve – com a canadense de biotecnologia Replicel – um método que aposta na medicina regenerativa para erradicar a calvície. Elas têm licença exclusiva para utilizar uma tecnologia chamada RepliCel Hair 01 (RCH- 01) em toda a Ásia.
A medicina regenerativa é uma abordagem que restaura as funções normais de órgãos e tecidos afetados por doenças e distúrbios utilizando a capacidade inata das células humanas de regenerar-se e multiplicar-se. Existem dois tipos de estratégias: a transplantação autóloga de células, que usa as células do próprio paciente, e o transplante alogênico de células, o qual lança mão de células doadas por outra pessoa.
A RCH-01 baseia-se na primeira opção. Desenvolvida ao longo de numa década de pesquisas científicas e de aplicação segura em humanos, foi validada em ensaios clínicos de fase 1, a primeira rodada de experimentos com humanos. Basicamente, a tecnologia consiste em coletar células específicas do couro cabeludo de um paciente. Elas são cultivadas em laboratório e implantadas, ou injetadas, em áreas afetadas pela calvície (veja arte). Com isso, essas células-tronco – pois têm capacidade de se dividir e de dar origem a células semelhantes – estimulam os fios de cabelo, ou folículos pilosos, promovendo o crescimento capilar.
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